quarta-feira, 3 de março de 2010

Brasil pretende mudar porta para o envio de e-mails

País lidera o ranking no recebimento de mensagens indesejadas

Patricia Knebel


Os principais atores da internet brasileira terão que intensificar nas próximas semanas as ações de migração da porta 25, usada atualmente para o envio de e-mails, para a 587. A meta com isso é tentar conter o envio abusivo de spam, já que essa nova configuração é considerada mais segura. A recomendação é do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Para isso, porém, o Conselho Nacional dos Provedores de Serviço de Internet (Conapsi) espera poder contar com o apoio, principalmente, das operadoras de telefonia, que ainda não começaram efetivamente a fazer essa alteração. Aos usuários, o conselho é que entrem em contato com seus provedores para solicitar a substituição.

A migração será necessária para os clientes que utilizam em seus computadores programas de envio e recebimento de e-mails como o Outlook Express e Microsoft Outlook. Nos sistemas de Webmail, como Gmail, Hotmail e Terramail, a mudança já foi feita automaticamente. O mesmo vale para o acesso feito nos celulares.

"No final do ano passado, o Brasil se tornou o país com o maior número de spam do mundo. Precisamos de ações para conter essa prática", alerta o presidente da Conapsi, Fabiano Vergani. Segundo ele, esse movimento existe desde 2005, mas em março do ano passado se tornou mais forte.

A porta 25 é a mais usada para o envio de mensagens em todo o mundo. Por isso mesmo o debate sobre essa mudança envolve diversos países e entidades representativas do setor. Para o envio de e-mails, antes da nova orientação dos provedores, os usuários tinham que configurar seu software de correio eletrônico para conectar-se à porta 25 (TCP), utilizada pelos servidores SMTP para os envios das mensagens.

Não há prazo estabelecido para que todos os provedores sigam esta orientação, mas as entidades envolvidas no processo contra o spam esperam que, até o final de março, a maioria dos usuários de internet do Brasil já esteja com a nova configuração.

O representante dos provedores de acesso à internet no Comitê Gestor da Internet (CGI.br), Jaime Wagner, explica que grande parte dos e-mails indesejados é enviada através dos chamados "botnet", computadores-zumbis infectados por vírus que são controlados remotamente por hackers.

Com isso, eles passam a cumprir funções determinadas por eles como enviar spams, derrubar sites ou espalhar códigos maliciosos pela rede.

"A eficácia da medida para o combate ao spam só vai acontecer quando empresas de telecom bloquearem essa porta", diz. Isso porque, com o bloqueio, as máquinas zumbis vão continuar tentando mandar, mas as mensagens serão enviadas para a porta 25 e, ao chegar na rede das operadoras, não vão sair.

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