terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Desafio de ser Empreendedor no Brasil

Prezados leitores do Blog do Oscar, lendo a entrevista do guru dos negócios e analista econômico norte-americano Jim Collins nas páginas amarelas da revista Veja de 01/12/2010, que falou sobre capitalismo, sobre as turbulências dos mercados financeiros que irão continuar e que os empresários brasileiros são os mais preparados para sair vitoriosos da crise, o que mais me chamou a atenção foi quando ele comparou o empreendedor norte-americano e o empreendedor brasileiro.

Quando perguntado pelo reporter de Veja sobre em quais dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) estão as melhores oportunidades de negócios, Jim Collins respondeu que, na Índia e no Brasil estão as melhores oportunidades pelo fato de em parte, os dois países historicamente terem sido caóticos e incertos para os negócios, o que posiciona bem seus empresários para os tempos que virão.


Falou que os empresários dos dois países demonstram ter imensa energia, suas empresas valorizam a diversidade e nota-se neles um incrível desejo de aprender e adotar novas idéias. Disse ainda que, os brasileiros são ainda melhores do que os chineses na arte de assimilar as idéias, os métodos e os processos mais eficientes de fora e adaptá-los às condições brasileiras.


Com relação ao espírito empreendedor, Jim Collins afirma que, o povo norte-americano tem qualidades extraordinárias, sendo a mais notável, o espírito empreendedor. Enquanto nos EUA se abre um negócio com a maior facilidade, sem precisar pedir permissão a ninguém, que ninguém poderá impedir quem quer que seja de "acordar amanhã de manhã e pegar metade de uma peça de sua casa e começar uma empresa", aqui no Brasil, você precisa ter muita disposição e bom ânimo para enfrentar uma verdadeira via crucis para abrir e legalizar um negócio!


O desafio de ser empreendedor no Brasil é enorme! Primeiro você precisa criar o nome da empresa, depois, fazer uma busca desse nome nos arquivos da Junta Comercial do seu estado para saber se já não existe uma empresa com nome igual ou parecido com a sua empresa, esse procedimento leva dois dias, depois da busca de nomes, deve preparar o contrato social se for uma sociedade, ou preencher o Requerimento do Empresário se for uma empresa individual e levá-los à Junta Comercial juntamente com a cópia autenticada do RG e do CPF dos sócios no caso de sociedade, ou do empresário,no caso de empresa individual, lá se vão mais dois dias, dependendo do movimento na Junta Comercial.


Após receber os documentos da Junta Comercial, deverá providenciar o CNPJ junto à Secretaria da Receita Federal, o Alvará de Funcionamento ou de Localização junto à Prefeitura e a Inscrição Estadual junto à Secretaria Estadual de Tributação, enviando os dados pela internet através do Cadastro Sincronizado. O processo para liberação do DBE (Documento Básico de Entrada), leva de dois a cinco dias, dependendo da boa vontade dos órgãos citados acima.


Após a liberação do DBE, o mesmo deverá ser assinado pelos sócios ou empresário, devendo os mesmos reconhecerem firma em cartório, agendar uma visita à Secretaria da Receita Federal levando o DBE, cópia autenticada do contrato social ou do requerimento do empresário e orar para que tudo dê certo e o funcionário da Secretaria da Receita Federal esteja de bom humor. Após esses procedimentos, providenciar o Habite-se do Corpo de Bombeiros, que leva de quinze a vinte dias dependendo das instalações, se estiverem de acordo com as especificações do Corpo de Bombeiros. Se o imóvel tiver mais de 200 metros quadrados, terá que apresentar um projeto com memorial descritivo feitos por um arquiteto.


Vejam bem prezados leitores, não citei aqui, as várias licenças ambientais (IDEMA, IBAMA, etc.). Comparando os dois países, podemos ver como é "fácil" abrir uma empresa e ser empreendedor no Brasil! Só não é quem não quer! Na entrevista, Jim Collins cita o exemplo da empresa de artigos esportivos Giro Sport Design, que por sinal, fabrica excelentes capacetes de ciclismo, cujo fundador é o empresário Jim Gentes. Jim Collins conta que foi convidado por Jim Gentes para visitar sua empresa em Stanford e que ao pegar o endereço e ir até a empresa, a mesma funcionava na casa dele. No quarto, ficava o estoque de mercadorias e matéria prima. Na garagem, havia uma pequena linha de montagem. Ele está fabricando novos capacetes de ciclismo e muitas lojas de bicicletas estão vendendo o produto. Hoje, metade do mundo usa os capacetes criados por Gentes.


Jim Collins afirma que, "é poderosíssima a idéia de que ninguém pode me impedir de abrir uma empresa na minha garagem". Enquanto lá, há essa possibilidade, aqui nem pensar! Sem contar que lá, há investidores ávidos por emprestar capital para fomentar o empreendedorismo, seja via investidores pessoas físicas ou através dos bancos, aqui, não existe nem uma coisa, nem outra. Os bancos brasileiros preferem emprestar dinheiro ao governo comprando seus títulos do tesouro por serem investimentos mais seguros, sem nenhum risco de perderem o capital emprestado e por renderem os juros mais altos do mundo! Com os juros pagos pelo governo, ninguém quer se arriscar! Por esse motivo, o governo gosta tanto de banqueiros e nunca mais gritou: "Fora FMI, fora banqueiros"!


Quando perguntado sobre o que o Brasil deveria fazer se quisesse reproduzir esse espírito empreendedor, Jim Collins respondeu que, em primeiro lugar, deve eliminar todo obstáculo para quem quiser começar uma empresa amanhã de manhã. Não pode haver papelada, burocracia, licenças, coisas que atrapalham. A segunda providência é criar mecanismos que sistematizem o processo de empreendedorismo: escolas de administração, capital de risco, investidores, fundos de pesquisa, etc.


Jim Collins afirma que, o empreendedorismo não é uma questão de personalidade. É um processo sistemático e replicável, que pode ser ensinado a qualquer pessoa que tenha disciplina. Não é coisa exclusiva de visionários ou malucos aventureiros. Empreendedorismo se ensina. Em terceiro lugar, é necessário valorizar elementos de uma cultura em que a falência honesta seja respeitada. Nos Estados Unidos, se você agir corretamente, com ética e decência, mas sua empresa falir, tudo bem. Você não será criticado. Será elogiado por ter tentado caminhar com as próprias pernas. Celebrar a falência honesta é fundamental.


Já aqui no Brasil, se você vier a falir, azar o seu! Você será visto e estigmatizado como um empresário incompetente que mereceu quebrar! Você será demonizado! Ser empresário no Brasil é sinônimo de explorador de mão de obra, de ganancioso, de inescrupuloso, e outros adjetivos mais. O governo trata o empresário como um verdadeiro bandido até prova em contrário! Os fiscais do governo batem na tua porta todos os anos, principalmente os fiscais do Ministério do Trabalho! Sem falar se você cair nas barras da (In)Justiça do Trabalho, com juízes que pensam que são Deuses, aí sim, você verá que não estou exagerando! Você é achincalhado pelos fiscais do governo! Até prova em contrário, você é um "sonegador de impostos, você é um bandido".


O governo joga a população e a classe trabalhadora contra os empresários esquecendo ou não querendo lembrar, que são as empresas que movimentam a economia do país! Que sem as empresas para gerar empregos, renda, impostos, taxas e contribuições, como é que o governo irá bancar suas benesses? De onde virá o dinheiro para pagar o funcionalismo público, as regalias e mordomias de altos funcionários do governo, de onde virá dinheiro para pagar os inúmeros e famigerados cargos comissionados? Como haverá dinheiro para distribuir as "Bolsas Esmolas" aos pobres, ignorantes e miseráveis em troca de votos? O governo pousa de bonzinho, de mocinho na história! O governo passa para a sociedade e a classe trabalhadora, uma imagem de que é o "Robin Hood do povão", que toma dinheiro das empresas em forma de impostos, taxas e contribuições, para distribuir com os pobres com a desculpa de fazer uma "distribuição justa" de renda.


As leis no Brasil, além de serem muitas, são muito confusas! Foram mal elaboradas por nossos "honoráveis legisladores", no sentido de confundir o contribuinte e induzi-lo ao erro, para assim, aplicar pesadas multas e aumentar a arrecadação. A classe contábil sofre barbaridades para cumprir as obrigações principais e acessórias, com prazos curtos e a ameaça de serem multados pela falta ou entrega em atraso das obrigações acessórias e principais. Nossa carga tributária beira em torno de 46% e o governo acha pequena comparada aos países de primeiro mundo! Só que, nos países de primeiro mundo, o cidadão recebe de volta em forma de excelentes serviços públicos, parte do que paga em impostos. Aqui não recebe nada! Tem que pagar por fora se quiser ter bons serviços como: saúde, educação, moradia, segurança pública e etc.


Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, da falta de incentivos, de toda a corrupção dos políticos e de alguns funcionários públicos, dos achincalhes por parte do governo brasileiro, não consigo fazer outra coisa, senão, ser empresário e empreendedor! E viva o herói Empreendedor brasileiro!!! Sem o empreendedor brasileiro não haverá desenvolvimento!!! Não haverá economia forte, emprego, renda, impostos, taxas e contribuições!!!

ACORDA BRASIL!!!

sábado, 27 de novembro de 2010

Aluguel automático de bicicletas está prestes a virar realidade em São Paulo

Prezados leitores do Blog do Oscar, para os amantes da bike como eu, republico matéria muito bacana publicada no Blog http://www.gizmodo.com.br/. Vale a pena conferir!!!



Várias cidades europeias têm um sistema de empréstimo automático de bicicletas. Funciona assim: a estação de aluguel da bike tem uma máquina, onde você paga pelo empréstimo, e uma barra, onde ficam presas as bicicletas. Elas são liberadas pela máquina mediante pagamento - não tem ninguém mediando o empréstimo, tudo é automático. Existem várias estações como essa pela cidade: você anda com a bicicleta e depois pode devolvê-la em outro posto. Nós adoramos o sistema de Barcelona, por exemplo. E São Paulo está prestes a ganhar um sistema assim, graças a dois alunos da Universidade de São Paulo.

Conversei com Mauricio Villar, que, junto a Maurício Matsumoto, teve a ideia que levou ao PedalUSP. Eles são formados em engenharia mecatrônica pela USP e fizeram intercâmbio na França. Eles moraram em cidades que ofereciam o sistema de empréstimo automático de bicicletas, e resolveram fazer seu trabalho de conclusão de curso na área, bolando um sistema que funcionasse no Brasil. E graças ao Propesc, programa que busca, na própria USP, projetos e ideias na área de sustentabilidade, o TCC começou a virar realidade.

O projeto demonstrou em agosto seus primeiros protótipos na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo - e, de acordo com o Mauricio, teve receptividade acima do esperado. Um dos protótipos segue abaixo:



O sistema deve ser instalado na USP a partir de janeiro de 2011, ainda em caráter experimental. Serão apenas duas estações com quatro bicicletas, número que deve crescer para dez estações e cem bicicletas com a expansão do projeto, sem data definida.

O Mauricio conta que, como a ideia é que a bike seja usada para trajetos curtos - da aula para o almoço, por exemplo - o empréstimo será gratuito por apenas 20 minutos. Se o usuário não a devolver nesse período, ficará um ou mais dias sem poder pegar bicicletas emprestadas. Só haverá multa em dinheiro (de R$300) se a bicicleta não for devolvida em 24 horas. Mas, diz Mauricio, estes critérios podem mudar à medida que o projeto é implementado.

Para evitar que bicicletas sejam furtadas, elas contam com chip identificador (não é GPS!), que mostra quem está com a bicicleta ou em qual estação ela se encontra. As bikes serão diferentes das comerciais, para não retirarem peças dela (como o banco). E deu-se atenção especial à trava eletromecânica da bike, que a prende na estação. As estações de empréstimo também têm câmeras de segurança e estão localizadas em locais estratégicos: tanto de fácil acesso para os usuários, como próximos a guaritas da universidade.



Inicialmente, segundo Villar, o sistema será exclusivo para alunos, funcionários e docentes da USP. Além disso, as bicicletas só poderão ser usadas dentro do campus - novamente, a ideia é usá-las para trajetos curtos. Com mais recursos, o sistema poderá ser expandido, aberto para quem não é ligado à USP, e inclusive ser integrado à estação de trem próxima à universidade. Para implementar e expandir o PedalUSP, que tem custo estimado de R$500 mil, os coordenadores do projeto buscam parceiros e patrocinadores. O Mauricio me disse que eles já estão em conversas com a iniciativa privada, e a própria USP pode financiar parte do projeto.

Já existem iniciativas semelhantes a esta em outras cidades, como Rio de Janeiro, Blumenau e João Pessoa. Então esperamos que o PedalUSP seja ampliado e inspire iniciativas semelhantes em São Paulo: afinal, como pode confirmar o próprio Pedro - que vai pra sede do Gizmodo Brasil, no centro da cidade, de bicicleta - andar de bike em Sampa é, sim, possível. [Pedalusp; Imagens: Divulgação]

terça-feira, 23 de novembro de 2010

“Não precisamos de mais um tributo”

Prezados leitores do Blog do Oscar, reproduzo abaixo mais uma matéria relacionada a impostos. A matéria foi publicada no Jornal Tribuna do Norte, que entrevistou o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, João Eloi Olenike. Leiam, ponderem e façam seus comentários! ACORDA BRASIL!!!

Os brasileiros estão pagando muitos tributos e não precisam de mais um deles pesando no bolso. De maneira geral, é isso o que diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, sobre a possibilidade de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no final de 2007.

A possibilidade de ressuscitar o imposto ou de criar um novo para financiar investimentos na saúde foi cogitada por assessores do governo federal, mas, na visão do especialista, não encontraria ambiente favorável para sair do papel. Se encontrasse brecha para virar realidade, no entanto, a criação de um imposto inspirado na CPMF poderia representar um acréscimo de R$ 65 bilhões na arrecadação federal, se for reeditada a alíquota de 0,38%. E teria impacto direto sobre o contribuinte.

Estimativas do Instituto apontam que a “novidade” significaria uma elevação da carga tributária per capita paga anualmente de R$ 6.700 para R$ 7.035. Essas e outras análises são feitas nesta entrevista concedida por Olenike à TRIBUNA DO NORTE, em que também defende mais transparência na cobrança de tributos, observa que o dinheiro arrecadado pelos governos não tem sido investido de forma eficiente e diz que o que está faltando para que uma possível reforma tributária saia é interesse.

O IBPT é uma entidade de difusão do planejamento tributário que tem como objetivo demonstrar as várias modalidades de redução legal da carga tributária empresarial. Criado em 1992, o instituto originou-se da ABDC – Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte, fundada em 19/12/1988, em Curitiba – Paraná. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o senhor avalia a possibilidade de recriação da CPMF?
Entendemos que a tentativa não é de recriação da CPMF, mas sim da edição de um novo tributo, cuja arrecadação deveria ser destinada à saúde, mas nos mesmos moldes de operacionalização da extinta CPMF.

Mas a recriação – ou criação - é necessária?
Para nós, do IBPT, não há a menor necessidade, nos dias de hoje, da criação de um novo tributo, pois o governo em geral e o federal em particular tem obtido recordes sucessivos de arrecadação de tributos, cujos excessos poderiam perfeitamente ir para a área da saúde. O Brasil não precisa de um novo imposto, mas sim de direcionar efetivamente recursos que já existem para esta área. Já temos a arrecadação de tributos para a área da saúde. Constitucionalmente a seguridade social (onde faz parte a saúde pública) será financiada com recursos do INSS, da CSLL, da COFINS e da receita dos prognósticos das loterias. Desde 2008, quando caiu a CPMF, todos estes tributos tiveram aumento na arrecadação. Então, entendemos que a criação de mais tributo especificamente para a saúde é completamente desnecessário.

Que impacto um novo tributo teria sobre a economia e a população?
O impacto de um novo tributo nos moldes da extinta CPMF, ou seja, com uma alíquota nominal de 0,38% sobre os débitos de movimentações financeiras, arrecadaria em um ano, em torno de R$ 65 bilhões. O problema maior é que ele funciona em efeito “cascata” e acaba tendo um impacto de 1,2% a 1,7% para o consumidor final. Esse percentual é passado pelo comerciante no preço do produto final encarecendo este para a população.

A presidente eleita Dilma Roussef afirmou, segundo o portal G1, que há “uma pressão” de governadores para que seja compensado o fim da CPMF e que está disposta a negociar com eles. Mas disse também que não pretende tomar a iniciativa de enviar uma proposta de novo tributo para o Congresso Nacional. Se tomasse a iniciativa, haveria chances da proposta ser aprovada ou o ambiente não é favorável à recriação ou criação de um novo imposto?
Entendemos que após a campanha nacional das entidades de classes contra a MP 232, com sucesso, não há espaço para a criação de tributo, sem a manifestação contrária da sociedade.

O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Quais são as explicações para isso?
O Brasil, como tem (ou tinha) muita facilidade na criação ou aumento dos tributos, sempre usou isso para aumento das receitas públicas, com o intuito de cobrir os gastos governamentais que tiveram crescimento vertiginoso. Nos outros países, existem mais óbices a esta prática.

Em tese, os valores arrecadados em tributos deveriam ser destinados a investimentos em áreas como saúde, segurança e educação. Como a arrecadação tem crescido era de se esperar que houvesse melhorias nesses serviços. Mas o que se vê são muitas deficiências. O que explica esse descompasso?
Existe um gasto muito grande dos governos, principalmente do federal, com folha (salários) de funcionalismo público e enormes inversões de valores em pagamento de aposentadorias e pecúlios da previdência social, e serviços da dívida externa. Então apesar de uma arrecadação monstruosa, proporcionalmente, pouco é direcionado para investimentos em infraestrutura (criando o chamado “Custo Brasil”) e para áreas de serviços públicos à população. Entendemos que os tributos não têm sido investidos de forma eficiente pelos governos, já que nos serviços básicos à população, que não funcionam a contento, não são investido grandes valores.

Há algumas correntes defendendo que se dê mais transparência à tributação, quer dizer, que seja detalhado ao contribuinte quanto ele está pagando em tributos em cada produto ou serviço? Essa transparência é realmente necessária?
Achamos que a transparência é extremamente necessária, para que os cidadãos sejam informados dos valores de tributos pagos com consumidor final. Essa media faria com que a sociedade pudesse cobrar uma melhor alocação desses recursos. Tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei nº 1472/2007, onde prevê a exigência da informação da tributação no preço final dos produtos. Esperamos que a sociedade tome ciência deste fato e faça pressão para o seu andamento mais célere e exija a sua aprovação.

Um levantamento do IBPT mostra que pelo terceiro ano consecutivo a arrecadação tributária brasileira ultrapassará a marca de R$ 1 trilhão em impostos, taxas e contribuições. Também diz que a Região Nordeste concentra 9,79% da arrecadação e que São Paulo é o estado com maior arrecadação, com 38,61%. Qual é a participação do Rio Grande do Norte nesse bolo?
O Rio Grande do Norte participa com 0,61% da arrecadação total de tributos do Brasil.

O brasileiro e o potiguar estão realmente pagando muito imposto?
Todos os brasileiros estão pagando muitos impostos e isso já há bastante tempo.

É possível reduzir a carga tributária?
Entendemos que sim. Os instrumentos para isso estão todos na mão dos governantes e dos legisladores.

Como isso poderia ser feito?
Deve haver vontade política de se fazer alterações na estrutura do sistema tributário brasileiro, através de desonerações e simplificações pontuais, ou através de uma reforma tributária ampla que proporcionasse uma carga tributária mais leve, e bem distribuída entre a população, com menos tributos, menos custo de conformidade, com mais justiça e equidade, tomando-se sempre como base a capacidade econômica dos cidadãos brasileiros.

Por que a reforma tributária não sai do papel? O que está faltando?
Com recordes sucessivos na arrecadação de tributos, não há interesse em se produzir uma reforma, que possa vir a curto ou longo prazo reduzir esse volume.


Metade da conta de luz é de impostos e encargos

Prezados leitores do Blog do Oscar, como o assunto do momento é a possibilidade do aumento de arrecadação de impostos com a recriação da CPMF por parte da nova presidente da República com o aval dos senhores parlamentares e governadores eleitos, reproduzo abaixo, matéria publicada no jornal Diário do Nordeste.

A matéria é de extrema importancia que os leitores, no sentido de esclarecer o quanto pagamos de impostos sobre a conta de energia elétrica, um serviço tão necessário para nossa sobrevivência nos grandes centros urbanos. Leiam a matéria,  ponderem e façam suas reflexões à respeito do tema, se possível, façam seus comentários.

Vejam na tabelinha abaixo o quanto pagamos de impostos na conta de energia elétrica no período de 1999 a 2008.


Consumidor não percebe, mas quando a luz é acesa, a caixa registradora do governo também é ligada. A cada R$ 100 pagos pelo uso da energia, mais de R$ 45 vão para o governo em forma de tributos.

Quando o assunto é energia, o que vem logo à cabeça do consumidor é o quanto se paga todos os meses pela conta de luz. Afinal, precisamos dela para iluminar a casa, assistir televisão, ouvir o rádio, conservar os alimentos, utilizar o computador; ao mesmo tempo em que as empresas necessitam da eletricidade para produzir aquilo que consumimos no nosso dia a dia. Mas o que nem todos percebem é que quando acendemos a luz, ligamos também a caixa registradora do governo. Quase a metade da conta vai para pagar encargos e impostos.

Estudo do Instituto Acende Brasil - voltado ao desenvolvimento de ações e projetos para aumentar o grau de transparência e sustentabilidade do setor elétrico brasileiro - e a consultoria Pricewaterhouse Coopers indica que a carga de tributos e encargos setoriais na conta de luz é da ordem de 45,08%. Índice superior, inclusive, à carga tributária do País em relação ao seu Produto Interno bruto (PIB), que é de 35%. Fazendo as contas, de cada R$ 100 desembolsados para pagar a energia, R$ 45,08 são de tributos e encargos. Em 2002, a representatividade ficava na casa dos 35%.

Para se chegar aos valores, detalhados na 4ª edição do estudo "Carga Consolidada do Setor Elétrico Brasileiro", lançada em maio deste ano, o ponto de partida foi uma amostra de 54 empresas, entre estatais e privadas, que pagaram, em 2008, R$ 46,2 bilhões em tributos e encargos de uma receita global de R$ 102,5 bilhões.

Para se ter uma ideia da representatividade dessa amostra, as empresas geradoras representam 64% da capacidade instalada do País, as empresas transmissoras respondem por 80% da receita do segmento e as distribuidoras por 84% da energia vendida no Brasil.

Os dados foram informados pelas próprias empresas e disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Segundo o levantamento, do total da carga tributária de 45,08% efetivamente paga naquele ano, 13,9% referem-se a impostos federais; 20,8% a impostos estaduais; 0,02% a impostos municipais, 1,6% a encargos trabalhistas e 8,8% a encargos inerentes ao setor.

Encargos, explica Cláudio Sales, presidente do Acende Brasil, referentes a "subsídios que envolvem desde custos com térmicas a óleo no Norte do País até as despesas para implantação do programa de universalização da energia elétrica". "O luz para Todos é um programa do governo federal que não recebe nenhum centavo do governo. São os consumidores que arcam com todo o investimento, embutidos nos ´encargos´, que aparecem descriminado nas contas", dispara.

De acordo com ele, no rol dos tributos, em âmbito federal, os que mais pesam nessa conta são o Pis/Pasep e a Confins, que em dez anos, praticamente dobraram sua participação de 0,77% e 3,48%, respectivamente, para 1,51% e 6,94% do total arrecadado. Já na esfera estadual, o grande vilão é o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que responde, em média, por 20,8% da receita bruta do setor elétrico nacional. No Ceará, são 27,5% embutidos referentes a esse imposto.

ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Entenda o Caso Panamericano I

Prezados leitores do Blog do Oscar, não querendo puxar a sardinha para meu lado pelo fato de ser Contador, mas, pelo fato do artigo interessar a todos os leitores que gostam de finanças, contabilidade, economia e assuntos ligados aos temas citados. Portanto, reproduzo abaixo um interessante artigo publicado no Blog do Prof. Stephen Kanitz sobre o Caso do Banco Panamericano do empresário Sílvio Santos. Vale a pena ler, ponderar sobre o assunto e comentar!

Como é possível alguém comprar um Banco e somente um ano depois descobrir uma fraude de mais de 2 bilhões de reais?

Muito simples. Por mais de 60 anos, negligenciamos os cursos de Auditoria, Fiscalização, Controladoria, e Compliance no Brasil. Não temos sequer uma Faculdade de Auditoria no país.

Durante a ditadura militar tivemos um desmonte generalizado dos cursos de Auditoria e Contabilidade, em detrimento de um aumento colossal dos cursos de Economia, pelo poder que os economistas tiveram durante a ditadura. O Prof. Delfim Netto, da própria FEAUSP, foi o czar supremo da Economia na época militar. Mais que natural, puxou a sardinha para o lado de sua profissão, que ocupou quase todos os espaços, inclusive no jornalismo.

Vejamos o caso da Faculdade de Economia e Administração da USP.

Em 1964, a FEAUSP possuía 5 Departamentos: Economia, Administração, Administração Pública, Contabilidade e Auditoria, e Atuária (que ensina gestão financeira de Fundos de Pensão).

A grosso modo, cada departamento ou curso deveria ter 20% do orçamento global da Faculdade.

Em 1990, quando fui chefe do Departamento de Contabilidade, o orçamento já estava dividido assim:

Economia 53%
Administração 25%
Administração Pública 8% ( Negativo 12% )
Auditoria e Contabilidade 9%. ( Negativo 11% )
Atuária 5%. ( Negativo 15% )

Além de terem tirado o nome da Contabilidade da sigla da Faculdade.

Como o Estatuto da FEAUSP estava sendo renovado, propus que em 10 anos as porcentagens originais, com desvio de 3% para mais ou para menos, fossem de novo respeitadas. Fui obviamente trucidado pelos economistas da USP, que falam mal de mim desde então, apesar de que simplesmente queria melhorar este país.

Provavelmente, temos hoje 400 escolas de Economia para formar um bom Ministro da Fazenda, e não temos Faculdades de Auditoria para formar algo em torno dos 400.000 auditores, fiscais, controlers, gerentes de compliance, de que o Brasil precisa.

Aceito contestarem ambos os números, mas qualquer que sejam os dois números, não se preocupar com o que acabo de dizer é o grande problema deste país.

Explica por que nossa administração pública é carente. Porque nossos fundos de pensão são pouco geridos. Porque este país é mal auditado, por falta de auditores.

O escândalo do Panamericano não é o rombo, o escândalo é que durante a ditadura militar desmontamos todos os mecanismos de controle da sociedade, o óbvio numa ditadura, e desde o fim da ditadura ninguém se preocupou com o assunto, com exceção deste Blog.

Ou seja, nada vai mudar porque a própria imprensa, como a ditadura militar, não quer tocar sobre o assunto de auditoria, fiscalização, compliance, conselho editorial, feedback, ombudsman e controle de qualidade.

Acham que isto seria cercear a sua liberdade de ignorar fatos importantes que aconteceram no Brasil como este.

Vale a pena consultar http://pt.wikipedia.org/wiki/Faculdade_de_Economia especialmente a parte de Alumni, para ver quem eles consideram alunos importantes, e quem eles consideram fracassados e não dignos de serem mencionados. Não há nenhum auditor ou administrador bem sucedido, segundo os critérios da FEAUSP.

ACORDA BRASIIILLLLLLLLLLLLLLL!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Saúde no Brasil e a Ressurreição da CPMF

Prezados leitores do Blog do Oscar, passado as eleições com a vitória da candidata dos PeTralhas à presidência da República, um assunto antigo volta a rondar as conversas entre os governadores eleitos e a presidente da república eleita, a volta da famigerada CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, com a desculpa antiga de que os recursos arrecadados serão usados para o custeio da saúde pública no Brasil.

Sabemos muito bem que os R$ 40 bilhões que eram arrecadados pela CPMF não eram gastos com a saúde, e sim, eram desviados para outros fins, tais como: corrupção de deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores e outros envolvidos em corrupção no Brasil, para pagamento de mensaleiros e etc., menos com a saúde pública.

Na campanha presidencial, o presidente Lula subiu em palanques de sua candidata e defendeu a volta da CPMF. Pregou aos quatro cantos do Brasil que, caso sua candidata fosse eleita, trabalharia no sentido de ressuscitar a famigerada contribuição que tunga R$ 40 bilhões por ano, das movimentações financeiras de todo o povo brasileiro, seja ele, rico ou pobre.

Antes dos honoráveis senadores votarem contra a prorrogação da famigerada contribuição, a saúde vinha arquejando, sem investimentos e melhorias e não se falava em investir todo o dinheiro arrecadado com a contribuição para a saúde. Agora esses honoráveis senhores dizem que todo o dinheiro arrecadado com a CPMF será aplicado na saúde através do SUS - Sistema Único de Saúde. Só se eu for um grande idiota como a maioria do Zé Povinho que habita nosso Brasil para acreditar nas promessas desses honoráveis senhores.

Há muito tempo deixei de acreditar nos políticos do Brasil! Me tornei totalmente incrédulo! Só não me mudo desse país utópico por falta de condições.

A solução para a saúde pública no Brasil sem aumento de arrecadação e criação ou ressuscitação de impostos é:
1. Acabar com os cargos comissionados e o desvio de função por parte dos funcionários concursados, em
todas as esferas do poder público;
2. Investir todo o dinheiro economizado com esses cargos comissionados na saúde pública;
3. Profissionalizar a gestão dos hospitais públicos;
4. Promover políticas de incentivo fiscal às empresas privadas na criação de novos postos de trabalho para 
que as mesmas possam absorver os funcionários que exerciam cargos comissionados, usando como     critérios: a MERITOCRACIA;
5. Exigir que cada prefeito e governador aplique os recursos direcionados para a saúde pública de forma
integral, sem desviar os recursos para outro fim, punindo de acordo com a lei, os gestores públicos que
desobedecerem;
6. Fiscalizar através dos Tribunais de Contas e das Controlodarias Gerais a aplicação dos recursos
destinados para a saúde pública para que não haja desvios e corrupção;
7. Proibir os prefeitos dos municípios de comprarem "Ambulancioterapias" para trazerem os pacientes
desses municípios para superlotarem os hospitais públicos das capitais;
8. Exigir e fiscalizar as prefeituras para que apliquem os recursos destinados à saúde pública na construção
de postos de saúde para atendimento ambulatorial de prevenção e na construção de hospitais municipais 
em suas cidades para evitarem as "ambulancioterapias";
9. Valorizar os funcionários da saúde com cursos de aperfeiçoamento e qualificação profissional, respeitar 
as jornadas de trabalho de cada profissional, pagar salários dígnos para todos os profissionais da saúde;

Essas são apenas algumas das sugestões que caso os governantes levem a sério e ponham em prática, com certeza irá melhorar muito a saúde pública no Brasil, sem a necessidade de aumentar a arrecadação tributária que já beira os 37% do PIB - Produto Interno Bruto, e que o contribuinte brasileiro não suporta mais, e também, sem haver necessidade de ressuscitar a CPMF.

Se os leitores tiverem alguma(s) sugestão(ões), podem enviar por e-mail ou façam seus comentários abaixo, que terei o maior prazer em publicá-las.

ACORDA BRASIL!!!

Porque votarei no Jair Messias Bolsonaro

Prezados leitores, há muito tempo venho observando os políticos e procurando um bom motivo para não votar em Jair Messias Bolsonaro!!! Aí...